sexta-feira, maio 20, 2011

Todo mundo um dia se apaixona

E quando ela vem não dá pra segurar.

Até os frios sentem um frio na espinha quando veem o ser idolatrado

Os que dizem isso não existir sentem-se hipócritas

Os que sempre estão apaixonados por alguém ou algo, acham isso normal, mas sentem-se uns anormais.

Os fracos sentem-se heróis com capa e tudo.

E os poetas. Ah! Os poetas...

Eles e suas eternas musas inspiradoras.

Inalcansáveis, intocáveis...

Portanto, de todos os apaixonados

Todos que dedicam poesias

Copiam elas na palma da mão

Em guardanapos em mesas de bar

Ou mais moderninhos enviam por e-mail

E os mais nostálgicos juntam amigos embaixo de sacadas e fazem serenatas desafinadas.

Ah! Todos vocês!

São felizes e não sabem.

E esquecem sempre os poetas!

Esses seres tristes... Tristes são os poetas!

Arrependo-me de ter amado... Mas nunca vou deixar de amar.

Arrependo-me de ter confiado... Mas nunca vou deixar de confiar.

Arrependo-me de ter rido... Mas nunca vou deixar de rir.

Arrependo-me de ter escrito... Mas nunca vou deixar de escrever.

Arrependo-me de ter tentado... mas nunca vou deixar de tentar.

Arrependo-me pelas horas dedicadas... Mas nunca vou deixar de dedicá-las.

Arrependo-me ter alguns dos seus problemas solucionado... Mas nunca vou deixar de fazer isso.

Arrependo-me do açucar, do sal, do leite que não tomo por ser alérgico... Do que eu não pude beber, comer, cheirar, injetar, fumar. Das funções não Biológicas. Das bandas que não ouvi, dos livros que não lí.

Arrependo-me de não ter abraçado as pessoas que deveria.

Arrependo-me de não ter beijado quem eu queria beijar (e do arrependimento de não ter coragem de fazer isso).

Arrependo-me das brigas que não comecei, das quais não entrei, das que deveria ter evitado, de todas que não causei.

E arrependo-me de tê-la deixado entrar.

Ps. Se arrependimento matasse eu ainda estaria vivo!

Fátima

Nome de santa, de cidade, de música, de mulher

E ai que mulher!

Tão suave que não temos coragem de tocar

Mas tão forte que achamos intocável

Fecha bem os olhos pra rir, mas os abre bem para observar à sua volta

Cor? Que cor?

Observemos ela como um todo, e não por partes.

E ai que todo! Que tudo! Que toda!

E que partes!

Sou homem, bicho que não presta, mas presta muito bem atenção às partes.

(Um riso sacana agora)

Seis letras, um alfabeto todo.

Ela por si só já é o suficiente.

O que é que tem nos seu olhos

Que eu não sei

Sei lá!

Talvez seja gueixa, nissei.

Não sei!

Voz rouca, bonita, ronrona

Não fala mais

Que meu ego e alma

Desmorona.

Alta, desformefata

Alcances o céu

Mas por favor

Não parta!

Vento egoísta, que a nuvem extrato destrata!

A pele não me repele

Me chama

Com a cor do Eldorado

Inflama! Chama!

As Três Marias

Ao cubo e de formas arredondadas

Tão bonitas quanto uma rosa

De plástico eterno

Num vaso de areia-vidro

Defecho e desfaço-me

Três ou uma?

Sei lá!

Algumas

Três! Serei agora exato

Como um cálculo perfeito

Com todos os catetos

Ou lados?

E ao meu lado

Um amigo que grita:

- O que me falta, para ter um dos lados?

quarta-feira, maio 04, 2011

O céu estava vermelho, era Outono.
Podia ter sido na Primavera, pois é a estação preferida dela, mas era Outono.
Tinha folhas avermelhadas e frutas, o que era bom.
Na hora passava um carro e nele tocava uma música.
Não a conhecia, mas era ruim.
Poderia ser uma música dos Hermanos.
Banda preferida dela, mas não era.
Num determinado momento começou um solo de sax, o que era bom.
Podia ser ruiva, minha espécie, tipo, raça, etnia... ah sei lá! Preferida
Mas não era, mas tinha olhos que me deixam bobo, e isso era bom.
Podia ter dito tudo o que penso, mas na hora fiquei sem fala.
Tremí como um adolescente, mãos suadas, gaguejava.
E não disse sequer uma das palavras que ensaiei com tanto afinco.
Mas algo mágico aconteceu.
O quê?
Ah!
Pergunta pra ela...